apresentando a cria



Este blog mais parece um balaidegato,um matulão de cego,bunda de menino novo,cabeça de juiz.Nele há de tudo um pouco,porém nada muito definido.Recheado de mentiras cabeludas,as verdades barbeadas são por demais enfadonhas.Espaço criado para publicação do impublicável.Fonte de informação saída diretamente dos balcões ensebados dos botecos de ponta de rua,ou dos pés de balcões de velhas bodegas,onde a cachaça de primeira,a cerveja véu de noiva e o tira gosto de higiene duvidosa-por isso mesmo mais gostoso-fazem o tempo parecer tão curto.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

conselho dado

Aconteceu num domingo.Caboclo Ferreira,como sempre fazia,dirigiu-se para Placa de Piedade,vilarejo encravado entre Paraíba e Pernambuco,famoso pelas brigas violentas que ali aconteciam corriqueiramente.Ia fazer a feira da semana.Caboclo nunca andou armado,naquele momento a única coisa que conduzia nas mãos era um saco vazio que serviria para transportar os mantimentos que pretendia adquirir.Assim chega a bodega.Ao adentrar o estabelecimento dá de cara com um cabra bêbado e mau encarado que ali se encontrava comendo o juízo do dono da venda.Era o tipo de bêbado"saldo de festa",as mãos ensebadas de óleo de sardinha,olhos avermelhados,um bafo de cachaça que impregnava todo o ambiente.O cachaçeiro aproxima-se,encara Caboclo e solta:
-Só queria achar um homem pra dar uma tapa em mim.
Caboclo não lhe dar cabimento,caminha até o balcão e faz o pedido.
-Seu Zé,me vigie aí,uma quarta de café,uma quarta de açucar,uma barra de sabão FÊ-NÊ-MÊ,uma garrafa de gás pros candeeiros,um pedaço de fumo de arapiraca,sim,veja também um caxete que sirva pra dor de dente,pois Minervina tá que num se aguenta com um mulestado...Neste momento o bêbado interrompe o pedido,chega bem perto de Caboclo e com voz pastosa- a lingua era um molambo - provoca:
-Eu dava deztões,ou até mais uma coisinha,pra um cabra dar uma tapa em mim.
Caboclo fez que não ouviu.Terminou a feira,colocou tudo dentro do saco e deu um nó na boca.Agradeceu e pagou a conta.Virou-se para o bêbado que se encontrava ao lado,e num gesto rápido e certeiro,plantou-lhe a mão no pé do ouvido.Foi uma apanha e uma entrega.O sujeito ao receber aquela chapuletada,despregou-se do chão como que atingido por um raio e foi cair no canto da parede de cu trancado,e ali ficou, não mexeu sequer um fio de cabelo.Caboclo calmamente volta-se para o balcão,recolhe o saco com os mantimentos e toma a direção da porta,antes de sair,olha por sobre os ombros e aconselha:

-Gaste seu dinheiro com besteira não,homem!

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